Projeto Escrita do Nome
Com apuração de Sophia Winkel - Editado por Elisa Meirelles
Quem já sabe escrever o próprio nome?
A reflexão sobre essa referência pode ser uma porta de entrada para o universo da escrita.
O nome próprio é a primeira referência que a criança tem da escrita convencional. Ela o vê nas mochilas, nos uniformes, nos objetos de higiene e em outros pertences que fazem parte da rotina da Educação Infantil. Ainda que não tenham conhecimento formal sobre a escrita, muitos dos pequenos já têm
familiaridade com essas palavras ao chegar à pré-escola. Que tal aproveitar o vínculo e tornar a referência nominal uma aliada na introdução à leitura e à escrita?
Algumas características do nome próprio fazem dele uma opção interessante para trabalhar com as crianças. Ele é um modelo estável, não muda em relação ao tempo e se refere à identidade de uma pessoa específica. É uma informação compartilhada entre quem chama e quem é chamado. Trata-se de uma referência com função social - identificar indivíduos sendo parte das trocas culturais do cotidiano. Por fim, ele não depende de classe social ou grau de conhecimento para ser entendido. Como explica Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita (152 págs., Ed. Vozes): “A escrita do nome próprio parece ser uma peça chave para o início da compreensão da forma de funcionamento do sistema de escrita”. Introduzir essa reflexão na rotina representa uma boa porta de entrada para aprender a língua escrita.
Foi esse o objetivo de Andréia Brandão com as crianças de 4 e 5 anos, na EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto, a 447 quilômetros de São Paulo.
A reflexão sobre essa referência pode ser uma porta de entrada para o universo da escrita.
O nome próprio é a primeira referência que a criança tem da escrita convencional. Ela o vê nas mochilas, nos uniformes, nos objetos de higiene e em outros pertences que fazem parte da rotina da Educação Infantil. Ainda que não tenham conhecimento formal sobre a escrita, muitos dos pequenos já têm
familiaridade com essas palavras ao chegar à pré-escola. Que tal aproveitar o vínculo e tornar a referência nominal uma aliada na introdução à leitura e à escrita?
Algumas características do nome próprio fazem dele uma opção interessante para trabalhar com as crianças. Ele é um modelo estável, não muda em relação ao tempo e se refere à identidade de uma pessoa específica. É uma informação compartilhada entre quem chama e quem é chamado. Trata-se de uma referência com função social - identificar indivíduos sendo parte das trocas culturais do cotidiano. Por fim, ele não depende de classe social ou grau de conhecimento para ser entendido. Como explica Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita (152 págs., Ed. Vozes): “A escrita do nome próprio parece ser uma peça chave para o início da compreensão da forma de funcionamento do sistema de escrita”. Introduzir essa reflexão na rotina representa uma boa porta de entrada para aprender a língua escrita.
Foi esse o objetivo de Andréia Brandão com as crianças de 4 e 5 anos, na EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto, a 447 quilômetros de São Paulo.
Para começar
as atividades, ela sentou com os pequenos em roda e colocou no centro
fichas individuais com o nome de cada um. Pegou uma por vez, mostrou à
criança correspondente e leu apontando com o dedo. O objetivo era a
turma se familiarizar com as cartelas, que se tornaram um modelo a ser
copiado.
Andréia disse às crianças que escrever o nome próprio era algo muito útil para a rotina escolar, pois elas precisavam nomear pertences e produções. Deixou claro também que iriam aprender aos poucos e que as fichas poderiam ajudá-las nessas primeiras experiências. O material foi pendurado em um suporte e os pequenos passaram a ter livre acesso a ele.
Rosa Monsanto, formadora do Programa Ler e Escrever, explica que para confeccionar as fichas é importante observar como cada um se reconhece. Se, por exemplo, uma menina se apresenta como Ana Clara, mas o nome está grafado como Ana, o material deixa de fazer sentido. Outro problema ocorre se há homônimos. “Nesse caso, deve-se acrescentar mais um nome para que sejam diferenciados, não só a inicial do segundo nome ou do sobrenome”, diz. A lista deve conter João Pedro e João Marcelo, não João P. e João M. A proposta é que todos aprendam as palavras como uma parte inteira e não em fragmentos, por meio de letras descontextualizadas. Não é preciso, portanto, que o professor coloque a primeira letra com cor diferente nas fichas.
Fichas usadas em propostas diversas
Com as cartelas prontas, a professora passou a incluí-las na rotina. Os pequenos começaram escolhendo duplas de ajudantes para cada dia do ano. Andréia propôs que formassem uma roda, explicou quais seriam as funções dos auxiliares e foi sorteando nomes. A classe tentava descobrir quais eram e ajudava a professora a anotar as duplas em uma lista que ficou fixada na sala.
As atividades com o nome próprio foram ganhando espaço de forma significativa. Todos os dias, após a contagem dos presentes, os nomes dos ausentes eram anotados no quadro pelos ajudantes. A escrita de listas é uma atividade interessante e precisa ter um propósito real: relacionar quem vai a um passeio ou aqueles que trouxeram um material solicitado são bons exemplos.
Além das listagens, as cartelas foram inseridas em outras propostas.
Andréia disse às crianças que escrever o nome próprio era algo muito útil para a rotina escolar, pois elas precisavam nomear pertences e produções. Deixou claro também que iriam aprender aos poucos e que as fichas poderiam ajudá-las nessas primeiras experiências. O material foi pendurado em um suporte e os pequenos passaram a ter livre acesso a ele.
Rosa Monsanto, formadora do Programa Ler e Escrever, explica que para confeccionar as fichas é importante observar como cada um se reconhece. Se, por exemplo, uma menina se apresenta como Ana Clara, mas o nome está grafado como Ana, o material deixa de fazer sentido. Outro problema ocorre se há homônimos. “Nesse caso, deve-se acrescentar mais um nome para que sejam diferenciados, não só a inicial do segundo nome ou do sobrenome”, diz. A lista deve conter João Pedro e João Marcelo, não João P. e João M. A proposta é que todos aprendam as palavras como uma parte inteira e não em fragmentos, por meio de letras descontextualizadas. Não é preciso, portanto, que o professor coloque a primeira letra com cor diferente nas fichas.
Fichas usadas em propostas diversas
Com as cartelas prontas, a professora passou a incluí-las na rotina. Os pequenos começaram escolhendo duplas de ajudantes para cada dia do ano. Andréia propôs que formassem uma roda, explicou quais seriam as funções dos auxiliares e foi sorteando nomes. A classe tentava descobrir quais eram e ajudava a professora a anotar as duplas em uma lista que ficou fixada na sala.
As atividades com o nome próprio foram ganhando espaço de forma significativa. Todos os dias, após a contagem dos presentes, os nomes dos ausentes eram anotados no quadro pelos ajudantes. A escrita de listas é uma atividade interessante e precisa ter um propósito real: relacionar quem vai a um passeio ou aqueles que trouxeram um material solicitado são bons exemplos.
Além das listagens, as cartelas foram inseridas em outras propostas.
Uma delas foi o jogo De Quem E o Nome?.
A professora escolheu uma ficha e escondeu parte da palavra, deixando
aparecer apenas a primeira letra. Pediu, então, que as crianças
tentassem descobrir de quem era com base na identificação da inicial.
“Na sala, havia a Maria Elaine, a Maria Eduarda e o Mateus. Quando peguei o primeiro nome e mostrei somente a letra M, os pequenos ficaram em dúvida entre os três”, conta. Conforme foi mostrando as letras de Maria, a sala se dividiu, metade achando que se tratava da primeira e os demais apostando ser a outra. O segundo nome das duas também começava com a mesma letra. Andréia mostrou o E e perguntou: “O que deve aparecer em seguida para que seja a ficha da Maria Eduarda? E da Maria Elaine?” As crianças refletiram sobre as semelhanças e as diferenças entre as palavras e levantaram hipóteses.
Propostas como essa são fundamentais, pois ajudam a criança a pensar sobre a escrita. Clidinéia Marques, uma das organizadoras do curso online Nome Próprio na Alfabetização, do Instituto Avisa Lá, diz que “quanto mais reflexão há sobre a escrita, mais domínio sobre ela se tem”.
Andréia utilizou, também, duas parlendas com os pequenos. Uma era a Se Eu Fosse um Peixinho e Soubesse Nadar. A professora colocou a turma em roda, com as fichas de nomes no centro, começou a cantar e chamou um por vez. A criança tinha de levantar, identificar sua ficha entre as demais e colocá-la na lista pendurada na parede. Outra música que os pequenos gostavam bastante era O (nome) Roubou Pão na Casa do João. A professora costumava cantar e mostrar uma ficha para que descobrissem quem havia sido o sapeca e seguissem com a música.
Atividades iniciais de escrita do nome
Para um trabalho completo, é importante que os pequenos também escrevam os nomes, ganhando autonomia em relação à escrita. Atividades com letras móveis podem ajudar nessa etapa.
Na classe de Andréia, as crianças foram colocadas em grupos e cada uma ganhou algumas letras, com o desafio de compor o nome. Quem tinha mais dificuldade recebeu apenas as do próprio. As que já dominavam a escrita de seu nome foram motivadas a escrever o dos amigos. No começo, muitos usaram as fichas como modelo, mas, à medida que a proposta era repetida, foram deixando-as de lado.
A professora se preocupou também em fazer com que a escrita do nome tivesse um uso real no cotidiano. Ela passou a propor que a turma nomeasse as produções feitas nas diferentes atividades de sala, primeiramente copiando da ficha e, depois, escrevendo diretamente, sem apoio. “No começo do ano, fiquei preocupada se as crianças realmente aprenderiam com essas atividades, sem ensinar as letras separadamente. Para minha alegria, todas terminaram o ano letivo sabendo escrever seus nomes”, comemora a docente.
“Na sala, havia a Maria Elaine, a Maria Eduarda e o Mateus. Quando peguei o primeiro nome e mostrei somente a letra M, os pequenos ficaram em dúvida entre os três”, conta. Conforme foi mostrando as letras de Maria, a sala se dividiu, metade achando que se tratava da primeira e os demais apostando ser a outra. O segundo nome das duas também começava com a mesma letra. Andréia mostrou o E e perguntou: “O que deve aparecer em seguida para que seja a ficha da Maria Eduarda? E da Maria Elaine?” As crianças refletiram sobre as semelhanças e as diferenças entre as palavras e levantaram hipóteses.
Propostas como essa são fundamentais, pois ajudam a criança a pensar sobre a escrita. Clidinéia Marques, uma das organizadoras do curso online Nome Próprio na Alfabetização, do Instituto Avisa Lá, diz que “quanto mais reflexão há sobre a escrita, mais domínio sobre ela se tem”.
Andréia utilizou, também, duas parlendas com os pequenos. Uma era a Se Eu Fosse um Peixinho e Soubesse Nadar. A professora colocou a turma em roda, com as fichas de nomes no centro, começou a cantar e chamou um por vez. A criança tinha de levantar, identificar sua ficha entre as demais e colocá-la na lista pendurada na parede. Outra música que os pequenos gostavam bastante era O (nome) Roubou Pão na Casa do João. A professora costumava cantar e mostrar uma ficha para que descobrissem quem havia sido o sapeca e seguissem com a música.
Atividades iniciais de escrita do nome
Para um trabalho completo, é importante que os pequenos também escrevam os nomes, ganhando autonomia em relação à escrita. Atividades com letras móveis podem ajudar nessa etapa.
Na classe de Andréia, as crianças foram colocadas em grupos e cada uma ganhou algumas letras, com o desafio de compor o nome. Quem tinha mais dificuldade recebeu apenas as do próprio. As que já dominavam a escrita de seu nome foram motivadas a escrever o dos amigos. No começo, muitos usaram as fichas como modelo, mas, à medida que a proposta era repetida, foram deixando-as de lado.
A professora se preocupou também em fazer com que a escrita do nome tivesse um uso real no cotidiano. Ela passou a propor que a turma nomeasse as produções feitas nas diferentes atividades de sala, primeiramente copiando da ficha e, depois, escrevendo diretamente, sem apoio. “No começo do ano, fiquei preocupada se as crianças realmente aprenderiam com essas atividades, sem ensinar as letras separadamente. Para minha alegria, todas terminaram o ano letivo sabendo escrever seus nomes”, comemora a docente.
Outras ideias:
1 - CONTATO COM AS FICHAS
Crie carteias com os nomes da turma. Apresente-as em sala e proponha a criação de listas apoiadas nelas.
2 - ADIVINHAÇÃO DE NOMES
Pegue uma ficha, esconda as letras, exceto a primeira. Peça que a classe descubra de quem é.
3-PARLENDAS DE NOMES
Coloque as crianças em roda e cante parlendas que envolvam nomes. Quem for chamado tem de encontrar a ficha com seu nome.
Crie carteias com os nomes da turma. Apresente-as em sala e proponha a criação de listas apoiadas nelas.
2 - ADIVINHAÇÃO DE NOMES
Pegue uma ficha, esconda as letras, exceto a primeira. Peça que a classe descubra de quem é.
3-PARLENDAS DE NOMES
Coloque as crianças em roda e cante parlendas que envolvam nomes. Quem for chamado tem de encontrar a ficha com seu nome.
4-ESCRITA COM LETRAS MÓVEIS
Entregue aos pequenos diversas letras e peça que encontrem as de seu nome e o escrevam. Quem já tiver facilidade nisso pode escrever também o dos colegas.
5-NOMEAÇÃO DE ATIVIDADES
Inclua a escrita do nome na rotina. Peça que cada criança nomeie as produções que fizer em sala. No começo, ela pode se apoiar no modelo das fichas. Aos poucos, conseguirá fazê-lo de forma autônoma.
Entregue aos pequenos diversas letras e peça que encontrem as de seu nome e o escrevam. Quem já tiver facilidade nisso pode escrever também o dos colegas.
5-NOMEAÇÃO DE ATIVIDADES
Inclua a escrita do nome na rotina. Peça que cada criança nomeie as produções que fizer em sala. No começo, ela pode se apoiar no modelo das fichas. Aos poucos, conseguirá fazê-lo de forma autônoma.
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